Freedom24 diz que setores automóvel, bens de luxo, indústria, agricultura e alimentação estão em risco com tarifas dos EUA

Os analistas da corretora Freedom24 consideram “que novas tarifas representam um sério desafio para a UE, ameaçando abrandar o crescimento económico, enfraquecer a posição das empresas europeias no mercado global e agravar ainda mais os desacordos comerciais com Washington”.

Sobre o impacto significativo que a imposição de direitos aduaneiros – por parte do Presidente Trump – poderá ter na União Europeia, dado o seu estatuto como um dos maiores parceiros comerciais dos Estados Unidos, a corretora explica que “a subida dos direitos aduaneiros aumentará o custo das exportações europeias para os EUA, reduzindo a sua competitividade. Esta situação poderá levar a uma redução das vendas e dos lucros das empresas, o que, por sua vez, obrigaria as empresas a reduzir os custos, incluindo possíveis despedimentos e redução do investimento em novos projetos”.

A Freedom destaca ainda os principais sectores económicos em risco, que segundos os analistas são a indústria automóvel, os bens de luxo, a indústria e manufatura, e agricultura e alimentação.

“A imposição de direitos aduaneiros pelo Presidente Trump em 2025 poderá ter um impacto significativo na economia da União Europeia, dado o seu estatuto como um dos maiores parceiros comerciais dos Estados Unidos. Muitos países da UE, especialmente a Alemanha, a Irlanda e a Bélgica, têm excedentes significativos no comércio externo com os Estados Unidos, tornando-os particularmente vulneráveis a novas barreiras comerciais”, lê-se na análise.

Sobre os setores que considera estarem em risco, a Freedom diz que na indústria automóvel “os fabricantes europeus de automóveis, como a BMW e a Volkswagen, estão fortemente dependentes do mercado dos EUA. Uma tarifa de 25% sobre as importações de automóveis poderia levar a aumentos significativos dos preços para os consumidores americanos, reduzindo potencialmente os lucros em 5% ou mais”.

Já nos bens de luxo, “marcas como a LVMH e a Hermès poderão registar uma diminuição das vendas à medida que as tarifas aumentam os preços para os consumidores dos EUA, o que terá um impacto significativo no crescimento das receitas”, defende a Freedom.

Na indústria e manufatura, “empresas como a Siemens e a Airbus poderão enfrentar custos acrescidos e atrasos devido à interrupção da cadeia de abastecimento causada pelas tarifas”.

Por fim, na agricultura e alimentação, a UE exporta quantidades significativas de produtos alimentares, incluindo vinho e queijo, para os EUA. “As tarifas poderiam reduzir a procura destes produtos, o que afetaria as empresas agrícolas”, defendem os analistas.

A Freedom cita algumas expectativas económicas que indicam que o aumento das barreiras comerciais poderia levar a uma diminuição do PIB da UE em cerca de 1 ponto percentual. “Isto é particularmente tangível para as economias dependentes da procura externa, como a Alemanha e a Itália, onde o efeito negativo poderia ser exacerbado pela estagnação geral do sector industrial”, defendem os analistas.

Em jeito de conclusão, a corretora de Timur Turlov diz que “para além das consequências económicas diretas, o reforço das medidas protecionistas por parte dos EUA pode provocar medidas de retaliação por parte de Bruxelas, o que só agravará o confronto comercial e criará riscos adicionais para as empresas europeias”.

A UE, centrada nos laços comerciais globais, poderá ter de intensificar as negociações com outros parceiros, como a China, a fim de compensar a perda de exportações para os EUA, alerta a Freedom24.

“Em geral, as novas tarifas representam um sério desafio para a UE, ameaçando abrandar o crescimento económico, enfraquecer a posição das empresas europeias no mercado global e agravar ainda mais os desacordos comerciais com Washington”, conclui.

A Freedom24  é uma plataforma da Frееdоm Fіnаnсе Europe.