WRC na era digital: reinventar o storytelling para cativar jovens

A FIA quer uma revolução digital no WRC: histórias para a geração digital… A Comissão do WRC reuniu ontem e uma das várias decisões tomadas teve a ver com a necessidade e a urgência da existência de uma transformação digital para uma melhor narração de histórias. O promotor do WRC fez uma apresentação sobre a […] The post WRC na era digital: reinventar o storytelling para cativar jovens first appeared on AutoSport.

Fev 6, 2025 - 17:34
 0
WRC na era digital: reinventar o storytelling para cativar jovens

A FIA quer uma revolução digital no WRC: histórias para a geração digital…

A Comissão do WRC reuniu ontem e uma das várias decisões tomadas teve a ver com a necessidade e a urgência da existência de uma transformação digital para uma melhor narração de histórias.

O promotor do WRC fez uma apresentação sobre a sua estratégia para uma melhor utilização da tecnologia no WRC para recolher mais dados e informações, com o objetivo de criar ferramentas que beneficiem todas as partes interessadas e melhorar a cobertura e o storytelling.

Finalmente a FIA está a olhar para este assunto da forma que já devia ter feito há muito. Os ralis são um desporto tão emocionante e espetacular, onde acontece muita coisa que encaixa na perfeição ao que é hoje em dia a forma de contar histórias e com isso chegar a um público, o mais jovem, que tem sido historicamente mais difícil de atingir.

Em comparação com outras áreas, o Mundial de Ralis está com dificuldades de captar mais gente jovem, o ‘adepto hardcore do amanhã’, porque o Promotor não tem sabido fazer ‘brainstorming’ para procurar as melhores formas de contar as muitas e boas histórias do WRC.

Fomos ver o catálogo da Netflix, Amazon Prime Video, Disney+, HBO Max, Apple TV+ e Sky Showtime, e ficámos perplexos com um pormenor: encontramos muitos documentários sobre as mais variadas áreas do desporto, inclusive desporto automóvel, com a F1 à cabeça, e existe também Le Mans e Dakar. Ralis, nem um…

Incrível. Só isto, diz muito do que, quem de direito, “não fez” e que levou a que os ralis caíssem para onde caíram…

É verdade que existe muito rali no YouTube, mas aí há um detalhe importante. Quem quer ir ver algo específico, encontra. Quem não sabe o que valem os ralis, nunca os irá procurar, e no YouYube esse círculo torna-se vicioso.

Se a FIA e o Promotor do WRC tivessem olhado, por exemplo, para o que a Volkswagen MotorSport fez em termos de comunicação há uma década, quando estiveram no WRC, podia ter aprendido alguma coisa.

10 anos depois o ‘Volkswagen Rally The World’ continua a ser o melhor exemplo que de bom foi feito nos ralis em termos de comunicação.

Nós recordamos o que a Volkswagen fez…

A Volkswagen esteve no Campeonato Mundial de Ralis entre 2013 e 2016, e um dos destaques, para além das vitórias em provas e campeonatos, foi o seu Marketing inovador: a campanha ‘Volkswagen Rally The World’ tratava-se de uma série de vídeos curtos que mostravam os bastidores da equipa de forma divertida e mesmo autodepreciativa, atingindo um público mais amplo e não apenas os fãs de rali.

Os vídeos não dependiam apenas do sucesso ou insucesso nas provas, mas mostravam essencialmente o lado humano da equipa, os milhares de grandes histórias que se passam em cada rali e que merecem ser contadas.

O conteúdo era autêntico, os vídeos eram reativos aos acontecimentos, mostrando tanto os momentos de glória quanto os desafios, como os erros, os acidentes, as pequenas histórias que valorizavam as pessoas por trás do projeto, não apenas os pilotos e navegadores.

A Volkswagen estava à frente do seu tempo, utilizando formatos de vídeo que se assemelham aos conteúdos populares hoje em dia, como os do TikTok, numa época em que essas plataformas não existiam.

Existia abertura e humor: a equipa, muitas vezes, não se levava a sério, o que a tornava muito mais acessível e simpática ao público.

Vejam os vídeos que faz agora a Hyundai Motorsport, estão no YouTube. Estão muito mais perto dos da VW, do que alguma vez se fez para lá da VW. A M-Sport fez recentemente o ‘More than a Machine’. É isto, mas ainda melhor pensado. O WRC tem que ter gente à altura das pessoas que pensam o que fazer na concorrência e quando falamos de concorrência do WRC, falamos de tudo o que é desporto, porque o WRC tem que conseguir desviar a atenção que algumas pessoas estão a ter noutros desportos e cativá-los com os ralis.

Mas não tem que ser com os ralis, mas sim com as histórias à volta dos ralis.

Houve muita gente que achou mal que alguém se tenha lembrado de colocar no Google Maps a ‘Curva do Neuville’.

Errado. Não acham que, alguém que por acaso lá ‘caia’ não fica curioso para saber o que se passou ali e por quê.

Claro que sim. Dizem que é um momento mau do piloto para justificar acharem mal. Errado, os acidentes fazem e sempre farão parte da história dos ralis, claro que ninguém gosta de tragédias, mas quem é que não acaba a rir-se do Titanak que foi há 10 anos, ou o que se passou com o Kris Meeke no Rali do México de 2017.

O facto de Tanak e Raigo Molder terem ido ao pódio no final com máscaras de mergulho foi brilhante, correu mundo.

Quantas e quantas histórias o WRC deixou passar depois disso?

Tudo isto para dizer que, finalmente, a FIA está a trabalhar no assunto…The post WRC na era digital: reinventar o storytelling para cativar jovens first appeared on AutoSport.