Brises de madeira: veja as dimensões e instalação em uma fachada de casa

Cristiano Kunze, Nathalia Cantergiani e Andréa Soler Machado escolheram os brises de madeira fixos para controlar a entrada de Sol em uma casa em Porto Alegre.

Fev 8, 2025 - 10:06
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Brises de madeira: veja as dimensões e instalação em uma fachada de casa

Imagine uma casa banhada pela luz natural, mas protegida do calor intenso do sol. Essa foi a proposta dos arquitetos Cristiano Kunze, Nathalia Cantergiani e Andréa Soler Machado ao projetarem uma residência em Porto Alegre. O segredo? O uso inteligente de brises de madeira na fachada.

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Os brises, além de conferirem um charme rústico e moderno à fachada, têm a função de proteger a casa da incidência solar direta, proporcionando conforto térmico aos moradores. Mas como garantir essa eficiência em um projeto com brises fixos?

Os arquitetos optaram por instalar brises fixos para otimizar os custos da obra, mas a angulação das peças foi meticulosamente calculada. Testes práticos foram realizados para determinar a inclinação ideal que oferecesse a melhor proteção ao longo do dia, levando em consideração as variações na incidência solar. A solução encontrada foi uma angulação de 30 graus.

aec300-sol-134_02“Como sairia caro instalar aletas móveis, que se fechassem conforme a passagem do Sol, optamos por modelos fixos. Mas isso exigiu cálculo: testamos na prática qual seria a angulação capaz de oferecer maior proteção ao longo do dia, considerando as mudanças na incidência de luz”, diz Cristiano.

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A criatividade também se fez presente na montagem dos brises. As peças, com 2,90m de altura, foram compostas por tábuas de assoalho com encaixe macho e fêmea, o que facilitou a instalação. Cada aleta é formada por três tábuas de 20cm de largura, totalizando 60cm.

O sistema de fixação dos brises nas lajes de concreto também foi cuidadosamente planejado. Chapas de aço com 2mm de espessura emolduram as aletas, garantindo resistência e um visual elegante. A estrutura é finalizada com três réguas de madeira protegidas com stain, que preenchem os 60cm de largura dos painéis.

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01. Três chapinhas na extremidade de cada brise fazem a fixação deles nas duas lajes de concreto (superior e inferior) com parafuso e bucha oito. 02. Chapas de aço dobradas, com espessura de 2 mm,emolduram as aletas. 03. Um trio de réguas protegido com stain preenche os 60 cm de largura dos painéis, distantes 47 cm uns dos outros./
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Os proprietários aprovaram tanto a solução encontrada para a planta quanto a existência das aletas. “Os brises de fato ajudam a refrescar a casa, e a sala de estar junto ao pátio, nos fundos, favorece o lazer. Quando abrimos as portas, vira tudo um espaço só: living, jardim e edícula, onde está a churrasqueira”, fala o empresário André Paganin, que, acompanhado da mulher e dos dois filhos, trocou um apartamento pela morada de três pisos há quatro anos.

Outra boa saída, diz ele, foi aproveitar toda a largura do terreno de 8,80 x 33 m. “Encostamos a construção nas divisas laterais para conquistar mais espaço interno”, afirma. Lajes nervuradas contribuíram para obter ainda mais amplitude. “Elas dispensam pilares. Daí os grandes vãos livres”, comenta Cristiano Kunze, que ressalta um único porém: em pequena escala, como aqui, o custo dessas estruturas fica um pouco elevado. “Por outro lado, a ausência de colunas facilita vender a casa no futuro, pois ela pode assumir diferentes configurações”, justifica.

As 13 aletas de 2,90 x 0,60 m (Serralheria Ferro & Ferro) prendem-se no concreto das lajes, num ângulo de 30 graus. A complexidade da execução levou à escolha de modelos fixos.

Perfis de aço e tábuas de cumaru compõem a porta de entrada, vizinha da garagem. Trabalho da Serralheria Ferro & Ferro, com madeira da Irmãos Ely.

Um lance de escada leva à sala, no piso superior, dedicado às áreas social e de lazer.

O corte revela a relação entre os andares.

De ponta a ponta. A construção ocupa toda a largura do terreno, de 8,80 m. Alguns ambientes, como dois banheiros e o estar íntimo do segundo piso, encostam nas divisas e por isso não têm janelas. Nesses trechos, a luz natural vem do alto: faixas envidraçadas fazem as vezes de cobertura. Área: 480 m2. Ano do projeto: 2006. Conclusão da obra: 2007. Projeto: Cantergiani+Kunze Arquitetos (Cristiano Kunze, Nathalia Cantergiani e Andréa Soler Machado). Projeto estrutural: Pasquali e Associados Engenharia de Estruturas. Projetos elétrico e hidrossanitário: Sagrada Projetos execução: Cristiano Kunze e André Paganin

A cozinha fica numa caixa de alvenaria pintada com tinta acrílica acetinada (Suvinil). Portas de correr de MDF branco fosco com escotilhas (DM Móveis) separam o ambiente da

sala de jantar, cujo piso leva tacos de ipê-champanhe (Irmãos Ely).

Estar, pátio e edícula ficam integrados. A churrasqueira está no anexo, o que garante o preparo da iguaria típica gaúcha mesmo no frio. Já o lazer de verão se completa com a piscina, vestida com pastilhas de vidro 2 x 2 cm (Porto Design) e ladeada por deck de ipê e placas cimentícias (Bordas e Veredas).

Aliada da leveza. A laje nervurada consiste numa trama de vigas preenchida com material mais leve, como isopor, ou deixada com os vazios aparentes. Ela oferece a mesma resistência que uma laje plana de igual espessura, porém com menos peso. “Como queríamos abrir mão de pilares e havia mais de 8 m de largura para cobrir, a laje precisava ser espessa [40 cm]. Se fosse plana, pesaria muito e impactaria as fundações”, explica o arquiteto.

André Paganin (na foto, com a mulher, Ingrid, e os filhos, Vicente e Manoela) tocou a construção com o arquiteto. Ele diz como evitou dor de cabeça: contratou mão de obra conhecida.

“Os operários haviam levantado um predinho que ergui alguns anos antes”, conta.

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