Música de Erasmo Carlos explode nos streamings após sucesso de “Ainda Estou Aqui”
"É Preciso Dar um Jeito, Meu Amigo" teve crescimento de 455% nas plataformas digitais depois da repercussão do filme indicado ao Oscar
![Música de Erasmo Carlos explode nos streamings após sucesso de “Ainda Estou Aqui”](https://pipocamoderna.com.br/storage/2021/09/Erasmo-Carlos-2.jpg)
![](https://pipocamoderna.com.br/wp-content/uploads/2021/09/Erasmo-Carlos-2.jpg)
Impacto nas plataformas
A trilha sonora de “Ainda Estou Aqui” trouxe nova visibilidade para uma antiga gravação de Erasmo Carlos. A música “É Preciso Dar um Jeito, Meu Amigo”, lançada em 1971 no álbum “Carlos, Erasmo”, registrou um aumento de 455% nos streamings, segundo a Universal Music Brasil.
Antes da estreia do longa dirigido por Walter Salles, a faixa acumulava menos de 25 mil reproduções diárias. Após a exibição, chegou a superar 120 mil. No Instagram, a canção ultrapassou 4 milhões de visualizações, e no YouTube, o canal oficial de Erasmo contabiliza mais de 1,4 milhão de acessos no clipe.
Redescoberta do repertório
O empresário e filho do cantor, Leonardo Esteves, celebrou o reconhecimento da música e destacou que Erasmo queria ser lembrado por sua obra. “Este momento agora é muito emblemático, porque ele está conquistando o mundo literalmente, com uma música que, inclusive, nem fazia parte das mais tocadas dele e que agora está sendo redescoberta através das plataformas digitais”, afirmou Leonardo à revista Veja.
Além do aumento na procura por “É Preciso Dar um Jeito, Meu Amigo”, outras músicas do álbum “Carlos, Erasmo” também ganharam popularidade. “Gente Aberta” chegou ao topo das mais ouvidas após a estreia do filme. “Depois que os discos chegaram às plataformas, ‘Gente Aberta’ se tornou a mais ouvida. Então, a gente sabia que a redescoberta desse lado da obra do Erasmo ia acontecer. E é um lado de que ele gostava muito, depois da Jovem Guarda e sem serem as músicas mais conhecidas”, explicou Leonardo.
Repercussão entre os envolvidos
Marcelo Rubens Paiva, autor do livro que inspirou “Ainda Estou Aqui”, elogiou a seleção da trilha sonora e revelou que nenhuma das músicas que sugeriu entrou na produção. “Quando vi o filme, pensei: ‘Nossa, olha essa música do Erasmo Carlos. E eu nem conhecia essa música dele. Amei a escolha do Tom Zé, porque ele é meu amigo. Juca Chaves também, e faz todo o sentido, porque tocava muito na minha casa. Ele era o grande gozador da ditadura. Não sei se foi o Walter, quem fez aquela trilha, mas se encaixou no filme de um jeito… Assim como tudo no filme. Os atores, a casa, a fotografia, o roteiro e, claro, a trilha”, afirmou.
Licenciamento antes da morte do cantor
O pedido para uso da canção foi feito antes da morte de Erasmo, em 2022. Leonardo Esteves relatou que o pai soube da intenção da produção de incluir a música no longa e ficou satisfeito com a escolha.
“Eu, como mero emissário do legado do meu pai, fico emocionado imaginando ele aplaudindo na plateia, com uma pipoca na mão, e pensando: ‘Eu cheguei de muito longe, e a viagem foi tão longa'”, refletiu Leonardo sobre a recepção da música e o impacto do filme.