O dedo na ferida

O nosso sistema fiscal, para as empresas e para os quadros empresariais, é aberrante, e condiciona, de modo definitivo e implacável, o nosso crescimento.

Fev 7, 2025 - 02:29
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O dedo na ferida

Num artigo recente, o Prof. Cavaco Silva e o Dr. Carlos Tavares, colocaram o dedo na ferida, do nosso atraso estrutural, permanente e consistente, resultante da ausência de crescimento económico.

O nosso sistema fiscal, para as empresas e para os quadros empresariais, é aberrante, e condiciona, de modo definitivo e implacável, o nosso crescimento.

Empurrando o país para um processo de empobrecimento progressivo e constante.

E, ainda mais grave, empurrando os nossos jovens quadros, mais preparados e promissores, para fora do país, emigrando para os países do Norte da Europa.

Que têm sistemas fiscais racionais, amigos do investimento e que acolhem os nossos jovens quadros e os motivam para contribuírem para a criação de riqueza naqueles países.

Mas este processo de degradação e de complexidade irracional, do nosso sistema fiscal, nos últimos 35 anos, não ocorreu só por incompetência, ignorância e preguiça intelectual, dos partidos de esquerda que nos têm governado.

São fruto duma opção política, de penalização das grandes empresas, as únicas que criam valor e remuneram adequadamente, os seus quadros, favorecendo a multiplicação de muito pequenas empresas, mal geridas, desenvolvendo produtos e serviços de baixo valor acrescentado, pagando o ordenado mínimo aos seus trabalhadores.

Na convicção de que estes empresários e trabalhadores, pobres, continuarão a votar neles, acentuando o modelo de subsídio dependência vigente.

A reforma do nosso sistema fiscal, que é muito urgente, para alterar o paradigma actual e atrair investimento estrangeiro de qualidade, não vai ser possível, com este partido socialista, de cariz proto – comunista, e que não mostra qualquer sinal de modernização.

A última entrevista da nova líder da juventude socialista, uma completa ignorante sobre a realidade do mundo actual, é absolutamente confrangedora.

Mas a sociedade portuguesa começa a dar mostras de insatisfação sobre este caminho de pobreza e de afastamento entre os filhos que emigram e os pais que ficam.

E já começou, também, a entender que a única garantia de pagamento das suas reformas, reside no crescimento económico do país e não das promessas socialistas, em que prometem distribuir o que não se produz.

Esperemos que uma nova configuração política, que resulte das próximas eleições, que se desejam próximas, permita a tão desejada e adiada reforma do nosso sistema fiscal.

O autor escreve de acordo com a antiga ortografia.