Sob ameaças de Trump, Panamá cancela acordo com a China

O acordo faz parte de um projeto criado em 2013 pelo governo chinês para financiar projetos de infraestrutura e impulsionar o comércio com mais de 150 países da América Latina, África e Ásia, e aumentar a influência da China nessas regiões. Panamá rompoe acordo com a China O Panamá, que tem sido alvo de pressões comerciais de Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (6) o fim de um acordo com a China conhecido com a Nova Rota da Seda. "Nosso embaixador em Pequim apresentou a documentação para anunciar o cancelamento com tendência de 90 dias. É uma decisão que tomei”, disse o presidente do Panamá, José Raul Mulino. O presidente disse também que não sabe o que levou gestões anteriores a assinar o acordo, e questionou quais as vantagens que o Panamá teve ao assiná-lo. O acordo faz parte de um projeto criado em 2013 pelo governo chinês para financiar projetos de infraestrutura e impulsionar o comércio com mais de 150 países da América Latina, África e Ásia, além de aumentar a influência da China nessas regiões. Na América Latina, 21 países são signatários. O Brasil não aderiu ao programa. Groenlândia, Canadá, Canal do Panamá e, agora Gaza: os territórios que Trump já disse querer controlar A decisão do Panamá vem quatro dias depois da visita do secretário de Estado americano, Marco Rubio. Na ocasião, o governo panamenho indicou que deixaria o acordo com a China expirar na data limite, em 2026, o que Rubio disse ser um passo importante. Durante a campanha presidencial e desde que tomou posse, o presidente Donald Trump tem ameaçado tomar o controle do Canal do Panamá. Ele alega que a rota comercial é operada por soldados chines, mas não apresentou provas. Nos últimos anos, a China tem investido em portos e terminais naquela região. Uma companhia de Hong Kong opera dois dos cinco portos próximos às entradas do canal, que é uma das rotas marítimas mais importantes do mundo por permitir a travessia entre os oceanos Pacífico e Atlântico. O canal foi construído no início do século XX e, em 1999, um tratado transferiu o controle em definitivo para o governo panamenho. A administração do Canal do Panamá negou várias vezes que a China tenha qualquer influência na operação do canal em si. E o presidente panamenho afirmou que o controle do canal é inegociável. Na quarta-feira (5), o Departamento de Estado americano afirmou que navios dos Estados Unidos poderiam passar pelo Canal do Panamá sem pagar taxas. O presidente do Panamá, José Raul Mulino, disse que os Estados Unidos estão espalhando mentiras. Na noite desta quinta-feira (6), o secretário de Estado Marco Rubio voltou atrás. Disse que respeita as leis e protocolos do governo panamenho, mas que não pagar taxas ainda é o objetivo do governo americano. Depois, o presidente panamenho postou em uma rede social que vai conversar com Donald Trump na tarde desta sexta-feira (7). Sob ameaças de Trump, Panamá cancela acordo com a China Reprodução/TV Globo LEIA MAIS: Após pressão dos EUA, Panamá anuncia saída da 'Nova Rota da Seda', programa econômico da China Panamá recua, se afasta da China e EUA comemoraram; Trump diz ainda não estar 'feliz', mas admite concessões Governo panamenho nega que EUA terão 'passe livre' pelo Canal do Panamá: 'Falsidade absoluta'

Fev 7, 2025 - 02:29
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Sob ameaças de Trump, Panamá cancela acordo com a China

O acordo faz parte de um projeto criado em 2013 pelo governo chinês para financiar projetos de infraestrutura e impulsionar o comércio com mais de 150 países da América Latina, África e Ásia, e aumentar a influência da China nessas regiões. Panamá rompoe acordo com a China O Panamá, que tem sido alvo de pressões comerciais de Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (6) o fim de um acordo com a China conhecido com a Nova Rota da Seda. "Nosso embaixador em Pequim apresentou a documentação para anunciar o cancelamento com tendência de 90 dias. É uma decisão que tomei”, disse o presidente do Panamá, José Raul Mulino. O presidente disse também que não sabe o que levou gestões anteriores a assinar o acordo, e questionou quais as vantagens que o Panamá teve ao assiná-lo. O acordo faz parte de um projeto criado em 2013 pelo governo chinês para financiar projetos de infraestrutura e impulsionar o comércio com mais de 150 países da América Latina, África e Ásia, além de aumentar a influência da China nessas regiões. Na América Latina, 21 países são signatários. O Brasil não aderiu ao programa. Groenlândia, Canadá, Canal do Panamá e, agora Gaza: os territórios que Trump já disse querer controlar A decisão do Panamá vem quatro dias depois da visita do secretário de Estado americano, Marco Rubio. Na ocasião, o governo panamenho indicou que deixaria o acordo com a China expirar na data limite, em 2026, o que Rubio disse ser um passo importante. Durante a campanha presidencial e desde que tomou posse, o presidente Donald Trump tem ameaçado tomar o controle do Canal do Panamá. Ele alega que a rota comercial é operada por soldados chines, mas não apresentou provas. Nos últimos anos, a China tem investido em portos e terminais naquela região. Uma companhia de Hong Kong opera dois dos cinco portos próximos às entradas do canal, que é uma das rotas marítimas mais importantes do mundo por permitir a travessia entre os oceanos Pacífico e Atlântico. O canal foi construído no início do século XX e, em 1999, um tratado transferiu o controle em definitivo para o governo panamenho. A administração do Canal do Panamá negou várias vezes que a China tenha qualquer influência na operação do canal em si. E o presidente panamenho afirmou que o controle do canal é inegociável. Na quarta-feira (5), o Departamento de Estado americano afirmou que navios dos Estados Unidos poderiam passar pelo Canal do Panamá sem pagar taxas. O presidente do Panamá, José Raul Mulino, disse que os Estados Unidos estão espalhando mentiras. Na noite desta quinta-feira (6), o secretário de Estado Marco Rubio voltou atrás. Disse que respeita as leis e protocolos do governo panamenho, mas que não pagar taxas ainda é o objetivo do governo americano. Depois, o presidente panamenho postou em uma rede social que vai conversar com Donald Trump na tarde desta sexta-feira (7). Sob ameaças de Trump, Panamá cancela acordo com a China Reprodução/TV Globo LEIA MAIS: Após pressão dos EUA, Panamá anuncia saída da 'Nova Rota da Seda', programa econômico da China Panamá recua, se afasta da China e EUA comemoraram; Trump diz ainda não estar 'feliz', mas admite concessões Governo panamenho nega que EUA terão 'passe livre' pelo Canal do Panamá: 'Falsidade absoluta'