Banco de Inglaterra corta juros para 4,5% e deixa avisos sobre economia
A descida era já largamente esperada pelo mercado, sendo que todos os membros do comité de política monetária votaram a favor de uma descida. A atividade continua a desiludir, mas a inflação deve voltar a subir este ano.
O Banco de Inglaterra (BoE) cortou as taxas diretoras esta quinta-feira em 25 pontos base (p.b.), colocando o juro de referência em 4,5% enquanto a economia continua a fraquejar e a dar sinais de fragilidade. Segundo as previsões atualizadas do banco central, o Reino Unido evitará a recessão este ano, mas por pouco, reforçando a necessidade de suportar a atividade.
A descida era já largamente esperada pelo mercado, sendo a terceira do atual ciclo de descidas que estava em pausa desde novembro. Todos os membros do comité de política monetária votaram a favor de uma descida, sendo que dois deles privilegiavam um corte mais expressivo de 50 p.b..
As previsões macro do banco foram alvo de atualização e, dado o cenário, o governo britânico não ficará satisfeito. A inflação deve voltar a subir de forma marcada este ano enquanto o crescimento será, na melhor das hipóteses, anémico.
As palavras da chanceler do Tesouro, equivalente ao ministro das Finanças português, ecoam precisamente isso: a descida de juros é “uma boa notícia”, mas o governo “ainda não está satisfeito com a taxa de crescimento”, o que justifica os planos de “colocar mais dinheiro no bolso das pessoas” e desburocratizar.
O BoE antecipa uma subida considerável dos preços da água, energia e transportes públicos, tudo fontes de pressão acrescida sobre a inflação no país. O objetivo de 2% pode assim ficar em risco, mas a margem de manobra para restritividade é cada vez mais reduzida, dada a forte possibilidade de o país cair em recessão caso as condições de financiamento sejam ainda mais restritivas.
Junta-se a isto a ameaça norte-americana de tarifas, o que pressionaria ainda mais a performance económica este ano pela componente externa.
A economia britânica não cresceu no final do ano, avisou o banco, que reviu em baixa a previsão para o último trimestre, apontando agora a um recuo de 0,1%. Também a prestação no arranque de 2025 está a ser fraca, aumentando a hipótese de um primeiro trimestre com crescimento próximo de zero.
[notícia atualizada às 12h37]
