Dólar Tem Nova Queda e Chega à Menor Cotação Desde Novembro
Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo. Moeda perdeu força ao longo do dia após divulgação do número de empregos nos EUA e influenciou queda do Ibovespa O post Dólar Tem Nova Queda e Chega à Menor Cotação Desde Novembro apareceu primeiro em Forbes Brasil.
Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
O dólar registrou nova queda nesta terça-feira (4), chegando à 12ª sessão consecutiva de desvalorização frente ao real. Como nos dias anteriores, a moeda deu sinais de elevação na manhã, mas os números divulgados pelo Departamento do Trabalho dos EUA a derrubaram. Afetadas pelo decréscimo da divisa americana, as exportadoras levaram o Ibovespa ao seu terceiro pregão seguido em queda.
Embora ações de bancos e da WEG pressionaram positivamente, o índice fechou com decréscimo de 0,65%, chegando aos 125.147,42 pontos. Suzano, Klabin, BRF e JBS foram as que mais sofreram com a queda de dólar. A derrubada da divisa foi motivada por um provável desaquecimento da economia americana. Isso porque o número de vagas de emprego em aberto caiu para 7,6 milhões, uma queda de 556 mil. Ao final do dia, o dólar à vista fechou em baixa de 0,76%, a R$ 5,7719, a menor cotação desde 19 de novembro do ano passado, quando encerrou a R$ 5,7679.
Tarifas Também Influenciaram
A desvalorização da moeda americana afeta positivamente o controle inflacionário, mas culmina na perda de força dos rendimentos dos Treasuries e, em paralelo, da própria divisa dos EUA ante outras. O enfraquecimento global do dólar esteve ligado também à leitura de que as tarifas anunciadas pelos EUA contra México, Canadá e China, no fim de semana, estão sendo usadas dentro de uma estratégia de negociação e que não serão necessariamente levadas a cabo.
Na segunda-feira (3), os Estados Unidos anunciaram a suspensão por 30 dias das tarifas aplicadas ao México e ao Canadá, para negociação entre os países. Nesta terça, foi a vez da China anunciar uma série de medidas de retaliação aos EUA — mas com prazo para começar apenas em 10 de fevereiro, em uma clara brecha para que o presidente norte-americano, Donald Trump, negocie até lá.
“Esta guerra comercial acabou dando um fôlego para os países emergentes, que tiveram suas moedas ganhando um pouco de espaço”, comentou durante a tarde Lucélia Freitas Aguiar, especialista em câmbio da Manchester Investimentos. Operador ouvido pela Reuters pontuou que, com o presidente dos EUA, Donald Trump, aparentemente mais maleável com a questão das tarifas, o dólar cedeu no exterior e deixou investidores no Brasil “sem motivos para comprar” a moeda.
Ata do Copom
Internamente, investidores não só acompanhavam os desdobramentos da política tarifária dos Estados Unidos, como também aguardavam pela ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). No documento, o Banco Central (BC) citou a desancoragem das expectativas de inflação e o grau de sobreaquecimento da economia entre os riscos relevantes para o debate de política monetária.
Também afirmou que há um risco à alta da inflação relativo à condução de políticas econômicas interna e externa, com impacto primordial por meio da taxa de câmbio.
“A ata busca passar um tom mais duro do que a leitura dovish (branda) do comunicado feito por parte majoritária do mercado”, avaliou o estrategista-chefe da Warren Rena, Sérgio Goldenstein, em relatório enviado a clientes. Na sua avaliação, “fica claro que o cenário de inflação ficou mais incerto para o Copom, isso vai de encontro ao horizonte em aberto a partir de março e à magnitude total do ciclo de aperto monetário”.
Destaques
– PETROBRAS PN recuou 0,99%, apesar da melhora dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent fechou em alta de 0,32%. A estatal também divulgou na véspera queda de 10,5% na sua produção total de petróleo e gás no quarto trimestre ano a ano, para 2,63 milhões de barris de óleo equivalente ao dia.
– SUZANO ON cedeu 4,05% e KLABIN UNIT perdeu 3,68%, acompanhando o movimento de queda do dólar ante o real. Na noite da véspera, a Klabin ainda afirmou que realizou o fechamento do Projeto Plateau com uma Timber Investment Management Organization (TIMO), aportando uma primeira parcela de R$ 800 milhões.
– BRF ON caiu 3,53% e JBS ON recuou 3,79%, também tendo como pano de fundo o movimento da taxa de câmbio. Analistas do Bank of America afirmaram que as companhias do setor ainda devem apresentar números sólidos no quarto trimestre, mas que os resultados podem ter alcançando um pico no terceiro trimestre, principalmente no segmento de aves.
– VALE ON cedeu 0,35%, em mais uma sessão sem a referência dos futuros do minério de ferro na China por feriado naquele país. Os negócios em Dalian reabrem na quarta-feira. Assim, agentes seguem acompanhando a escalada no protecionismo comercial envolvendo as duas maiores economias do mundo.
– ITAÚ UNIBANCO PN subiu 0,36% em véspera de divulgação do balanço do quarto trimestre, com analistas atentos principalmente às sinalizações do maior banco do país em ativos para 2025. SANTANDER BRASIL UNIT, que também traz seus números na quarta-feira, caiu 1,28%. BRADESCO PN perdeu 0,2% e BANCO DO BRASIL ON ganhou 0,58%.
– WEG ON avançou 0,3%, experimentando uma trégua após dois dias seguidos de quedas, quando acumulou uma perda de 4,4%. Investidores tem avaliado eventuais reflexos para a companhia das tarifas anunciadas pelos EUA para o México, onde a WEG tem operação. Analistas veem a empresa estrategicamente posicionada para mitigar o impacto de tarifas mais altas.
– BRASKEM PNA valorizou-se 3,89%, também buscando uma recuperação, após cinco fechamentos negativos, período em que contabilizou um declínio de quase 12%. A Fitch Ratings afirmou nesta terça-feira que o aumento na provisão da petroquímica relacionada ao afundamento de solo em Maceió não deve impactar os indicadores da empresa, incluindo liquidez.
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