“É uma aldrabice”, diz CEO da Ryanair sobre subida de taxas para pagar aeroporto de Alcochete
"Pagar Alcochete 50 anos antes? É absurdo", criticou hoje Michael O'Leary.
“É uma aldrabice”. Foi assim que o presidente da Ryanair qualificou a subida das taxas aeroportuárias a partir de 2026 para pagar um aeroporto que só vai estar operar em 2040, isto na melhor das hipóteses.
É uma espécie de ‘pague agora, voe depois’ que Michael O’Leary critica duramente.
“Vamos pagar as infraestruturas quando as usarmos. Agora pagar Alcochete 50 anos antes? É absurdo”, criticou esta quarta-feira em conferência de imprensa em Lisboa.
O presidente da Ryanair também deixou hoje críticas à aposta do Governo no aeroporto de Alcochete.
“Não há espaço no aeroporto de Lisboa, que tem custos elevados e está artificialmente bloqueado, há restrições de capacidade. Há uma falha do Governo. Estão a restringir a capacidade do terminal para proteger a TAP”, afirmou.
“Vai abrir em 2050 ou até em 2300… quem sabe?”, disparou.
A Ryanair anunciou hoje mais dois aviões sediados em Portugal: Faro e Madeira.
Desta forma, a companhia low cost fica com um total de 29 aviões sediados no país.
Isto implica um investimento total de 3 mil milhões de euros até agora, segundo as contas da empresa irlandesa.
Portugal conta agora com seis aeroportos a operarem voos da Ryanair em 4 bases, num total de 169 rotas.
A companhia também prevê duplicar o tráfego em Portugal de 13 milhões para 27 milhões de passageiros até 2030, criando 500 postos de trabalho para pilotos, tripulação de cabine e engenheiros.
Até ao final da década, o objetivo é sediar 16 novos aviões Boeing Max-10 (avaliados em 1,6 mil milhões de dólares) nos seis aeroportos operados pela Ryanair em Portugal.