Futebol espanhol compra briga com gigantes
A LaLiga, dona dos direitos da primeira e segunda divisão do futebol espanhol, decidiu comprar uma briga com três gigantes do setor de tecnologia: a rede social X, o buscador Google e a CloudFare, uma companhia menos conhecida, mas líder no segmento de redes de distribuiç&...
A LaLiga, dona dos direitos da primeira e segunda divisão do futebol espanhol, decidiu comprar uma briga com três gigantes do setor de tecnologia: a rede social X, o buscador Google e a CloudFare, uma companhia menos conhecida, mas líder no segmento de redes de distribuição de conteúdo (CDN, na sigla em inglês).
Os espanhois fizeram uma denúncia ao Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos, uma agência do governo federal americano responsável por formular e implementar a política comercial internacional do país.
A acusação é que as empresas fornecem infraestrutura que “favorece a proliferação de serviços piratas, prejudicando a proteção dos direitos autorais”.
De acordo com a LaLiga, a tecnologia da CloudFare permite a anonimização de sites ilegais de streaming, enquanto Google e X tornam os links para essas páginas conhecidas para o público em geral.
No caso do Google, isso se dá tanto pela busca como pela disponibilidade de aplicativos na Google Play Store.
A medida da LaLiga tem uma certa dose de “se colar colou”, porque, como a própria organização reconhece em nota, o foco do Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos é a análise de políticas comerciais de países estrangeiros.
Se uma agência do governo americano vai prejudicar os interesses de empresas do país (uma delas de ninguém menos que Elon Musk, o melhor amigo de Trump) em prol de um campeonato de futebol europeu, parece ainda mais questionável.
Seja como for, a LaLiga defende com unhas e dentes a receita da venda de direitos de transmissão do futebol espanhol, o que é hoje um negócio global.
A LaLiga superou a barreira de € 2 bilhões em receitas na temporada 2023-2024, quase tudo em direitos de transmissão, que bateram em € 1,85 bilhão.
O problema é que esse tipo de receita só cresceu em 1,7%, principalmente por meio da entrada em novos mercados nas Américas e na Ásia.
Esses novos contratos, porém, agregaram parcos € 87 milhões, de repente tem gente demais vendo jogo no Gatonet ou naquele site de streaming.
ARAPONGAS
A LaLiga é agressiva na defesa dos seus direitos autorais, algumas vezes até passando do ponto.
Em 2019, foi revelado que o aplicativo oficial da organização era usado para espionar bares que estavam passando jogos sem pagar os direitos de uso.
O app foi baixado por mais de quatro milhões de pessoas e tinha uma funcionalidade que permitia a La Liga ligar o microfone.
Cruzando o áudio obtido com a localização do dispositivo, era possível saber se o usuário estava em um bar que estava transmitindo uma partida sem pagar a taxa da La Liga para transmissões públicas.
A entidade recebeu uma multa de € 250 mil dos órgãos de proteção à privacidade do governo espanhol.