Google elimina metas de diversidade e adere à agenda conservadora de Trump

A empresa abandona políticas de inclusão em meio ao avanço da direita corporativa e ao desmonte de iniciativas progressistas no Vale do Silício

Fev 6, 2025 - 14:00
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Google elimina metas de diversidade e adere à agenda conservadora de Trump

Google recua na diversidade

O Google comunicou a seus funcionários que não terá mais metas formais para ampliar a diversidade na empresa. A decisão reflete uma guinada ideológica do Vale do Silício, onde grandes corporações estão abandonando políticas de inclusão mesmo sem imposições diretas.

A mudança foi anunciada nesta quarta-feira (5/2) em uma nota interna obtida pela Bloomberg. “Estamos comprometidos em criar um ambiente de trabalho onde todos os nossos funcionários possam ter sucesso e ter oportunidades iguais, e ao longo do último ano, estivemos revisando nossos programas projetados para nos ajudar a chegar lá”, declarou um porta-voz da empresa.

Ataque às políticas de inclusão

A decisão do Google ocorre após anos de retórica de Donald Trump contra a diversidade, equidade e inclusão (DEI). Durante seu governo, ele incentivou investigações contra empresas que promovem ações afirmativas e ordenou o fim dessas políticas no setor público. Embora a empresa não tenha sido forçada a agir, sua decisão segue alinhada à agenda conservadora em ascensão.

Além disso, a proibição da ação afirmativa nas admissões universitárias em 2023, determinada pela Suprema Corte de maioria conservadora, abriu caminho para que grandes empresas reavaliassem suas iniciativas de inclusão, sob pretexto de evitar desafios legais.

O abandono do discurso progressista

A guinada do Google não é isolada. Nos últimos meses, Amazon, Meta e Walmart também reduziram suas iniciativas de diversidade. A Alphabet, empresa-mãe do Google, ainda atendeu uma proposta de acionista do estado de Oklahoma que busca eliminar qualquer política relacionada à DEI dentro da companhia.

O Vale do Silício, antes visto como um bastião do progressismo corporativo, agora se inclina para o desmonte dessas políticas.

De forma significativa, no início desta semana o Google também apagou de seus princípios de inteligência artificial a promessa de evitar o uso da tecnologia para fins destrutivos, como armamentos, segundo a Bloomberg.