Luís Castro vence Lille num dos melhores momentos da carreira
O triunfo do Dunkerque sobre o Lille, nos oitavos de final da Taça de França de futebol, entrou para os melhores momentos da carreira do treinador Luís Castro, a par com as conquistas nos sub-19 do Benfica.
Em declarações à agência Lusa, um dia depois de a equipa da II Liga francesa ter afastado o primodivisionário Lille (1-1 no tempo regulamentar, 5-4 no desempate por grandes penalidades), Luís Castro considerou que este "foi um dos bons momentos da carreira", a par da UEFA Youth League e da Taça Intercontinental de sub-20, conquistadas pelo Benfica.
"E, apesar de a Youth League ser, sem dúvida, um feito memorável, porque o Benfica tentou durante muitos anos e nunca conseguiu, a Intercontinental acho que as pessoas ainda não têm a noção, mas daqui a alguns anos, se calhar, vai dar-se mais valor àquilo que o Benfica fez na Intercontinental. Porque, como eu disse, neste momento é a única equipa europeia que conseguiu vencer", referiu.
Luís Castro, de 44 anos, admitiu que a noite de terça-feira "entra para esses dias memoráveis", nos quais coloca também a subida da equipa de juniores do Moreirense aos nacionais pela primeira vez, quando tinha 24, 25 anos e treinava jogadores de 19.
Sobre o encontro de terça-feira, Luís Castro considerou que "foi um jogo de alta intensidade, com tensão durante todo o jogo", perante uma equipa que se qualificou diretamente para os oitavos de final da Liga dos Campeões.
"O Lille optou por ficar com a melhor equipa possível, à exceção do guarda-redes. Nós até rodámos mais a equipa, rodámos oito jogadores do último jogo. O que fez com que o jogo se tornasse um pouco difícil do nosso lado. Mas a equipa aguentou, foi capaz de ter alguns momentos também positivos ofensivos. E depois empatar no último minuto foi a cereja no topo do bolo", referiu.
O português André Gomes deu vantagem ao Lille aos 85 minutos, mas o neerlandês Kay Tejan empatou para o Dunkerque aos 90+6, com o jogo a decidir-se no desempate por grandes penalidades, e com Luís Castro a dizer que não é "muito de ter preferências" sobre o próximo adversário na Taça.
"Já fizemos história no clube mais uma vez, o que é ótimo. Mas agora, seja qual for o sorteio, temos de continuar a acreditar que podemos fazer alguma coisa na Taça. E venha quem vier, temos de acreditar que é possível. Sendo que, neste momento, algumas das melhores equipas do país já foram eliminadas, mas o grande favorito a todas as competições internas [Paris Saint-Germain] continua em prova. Vamos para a próxima e ver o que é que nos reserva", referiu.
Neste momento, o Dunkerque é quarto classificado do segundo escalão, a dois pontos dos lugares de subida direta à Liga francesa, mas Luís Castro lembra que o clube tem um orçamento muito inferior a grande parte das outras equipas e que o que estão a fazer "é bonito", mas quer "os pés bem assentes no chão" e sem "embandeirar em arco, porque depois o tombo pode ser grande".
"Nós temos que ter noção de que existem equipas que contratam jogadores por valores que pagariam os salários dos nossos jogadores durante dois ou três anos. Durante dois ou três anos, o salário do plantel o todo. [...] Nós sabemos a diferença de orçamento, sabemos as diferenças de condições. Aquilo a que nós nos propomos, aquilo que tem sido o foco, é vencer o próximo jogo sempre, jogar para vencer em todos os jogos", assumiu.
O treinador admite que estes resultados lhe podem abrir portas no futuro, mas que tem "subido a pulso" e que tem "sempre de demonstrar muita qualidade para conseguir subir um degrau"
"É normal, não fui jogador futebol, vim mais debaixo, comecei a treinar com miúdos de 5, 6 anos. Estou a fazer o meu percurso naturalmente, estou a tentar demonstrar, a cada oportunidade que tenho, a minha competência. [...] É evidente que tenho aberto portas, é evidente que o meu nome está a ser visto de uma forma diferente daquela quando cheguei", afirmou.