Lula: carne está muito alta, mas inflação está “razoavelmente controlada”

O presidente prometeu "encontrar uma solução" sobre o aumento dos preços dos alimentos, em entrevista a rádios de Minas Gerais na manhã desta quarta-feira

Fev 5, 2025 - 13:07
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Lula: carne está muito alta, mas inflação está “razoavelmente controlada”

O presidente Lula afirmou na manhã desta quarta-feira, em entrevista às rádios Itatiaia, Mundo Melhor e BandNewsFM BH, de Minas Gerais, que a inflação está “razoavelmente controlada” e que a preocupação do governo é evitar a alta dos preços dos alimentos. Ele admitiu, por exemplo, que “a carne está muito alta” e prometeu “controlar a inflação”. Esta é a segunda grande entrevista de Lula em menos de uma semana. Na quinta-feira passada, ele participou de uma longa coletiva de imprensa no Palácio do Planalto.

“Nós levamos a inflação muito a sério e eu acho que ela está razoavelmente controlada. A nossa preocupação é apenas evitar que os preços dos alimentos continuem prejudicando o povo brasileiro, e é por isso que nós temos feito reuniões sistemáticas com os setores que estão, na nossa visão e na visão dos pesquisadores, mais altos. Por exemplo, a carne está muito alta, nós temos outros produtos que estão altos e nós precisamos discutir com os setores por que esses preços cresceram tanto de doze meses pra cá. Porque a verdade é que, em 2023, a carne caiu 30%. E depois ela voltou a subir. Não tem um único fato que mostre o preço das coisas. O que nós precisamos é tentar ajustar, porque a inflação causa muito prejuízo ao povo trabalhador”, declarou o presidente.

A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, divulgada nesta terça, apontou que os preços dos alimentos “se elevaram de forma significativa, em função, dentre outros fatores, da estiagem observada ao longo do ano e da elevação de preços de carnes, também afetada pelo ciclo do boi”. “Esse aumento tende a se propagar para o médio prazo em virtude da presença de importantes mecanismos inerciais da economia brasileira”, alertou o Copom, que na semana passada decidiu elevar em 1 ponto percentual a taxa Selic, para 13,35% ao ano.

O petista citou ainda o possível reajuste da Petrobras sobre os preços do diesel e de produtos da estatal e destacou que, mesmo com o eventual aumento, eles ainda estarão menores do que estavam em dezembro de 2022, último mês do governo do seu antecessor, Jair Bolsonaro. “É muito importante lembrar, inclusive com uma inflação de 7% ou 8% no período, ainda estão mais baixos, tanto o diesel quanto a gasolina. Nós estamos discutindo para saber como é que a gente faz a compensação na hora em que você tem um reajuste que pode impactar no preço do transporte, e no transporte impactar no preço do alimento. Nós estamos discutindo isso”, apontou.

“Nós temos consciência de que nós vamos baixar a inflação, nós temos consciência que nós vamos baixar o custo de vida e nós temos consciência que a cesta básica vai ficar mais acessível ao povo brasileiro, porque é disso que o povo precisa: alimento barato, de qualidade, na mesa. E o governo inteiro está trabalhando com isso”, afirmou Lula.

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Ele então contou que fez, nesta terça-feira, uma reunião com integrantes do Ministério da Fazenda, e prometeu “encontrar uma solução”. “Eu tenho uma reunião essa semana com o pessoal da carne, com o pessoal do Ministério da Agricultura para que a gente encontre uma solução de fazer com que esse alimento chegue na mesa do trabalhador chegue na mesa do trabalhador compatível com o poder aquisitivo do trabalhador”, disse.

“É isso que está nos motivando, e nós vamos trabalhar com muito afinco para que a gente coloque as coisas nos eixos. Porque a economia brasileira está bem, o Brasil está crescendo, o emprego está crescendo, a massa salarial está crescendo, as coisas estão acontecendo, inclusive no estado de Minas muitas coisas boas, e nós então precisamos cuidar com muito carinho dos preços dos alimentos para o povo mais pobre, que é quem sofre com a inflação”, concluiu.

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