Lula diz que não tem 'pressa' nem 'data' para anunciar reforma ministerial

Até o momento, Lula trocou apenas o comando da comunicação do governo. Nomes de Gleisi Hoffmann e Rodrigo Pacheco são citados como possíveis ministros no novo rodízio. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (4) que não tem "pressa" e não definiu "data" para anunciar eventuais mudanças na equipe de ministros. Lula deu a declaração em entrevista para rádios de Minas Gerais ao ser questionado sobre a possibilidade do ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, assumir uma pasta no governo para viabilizar um possível candidatura ao governo mineiro em 2026. Lula afirmou que conversará com o PSD, partido de Pacheco, e com outras legendas. O PSD, atualmente, comanda os ministérios da Agricultura, Minas e Energia e Pesca. "Não tenho pressa de fazer nenhuma reforma. [...] Não tenho pressa, não tenho data, e, sim, e vou fazer ajustes quando eu achar necessário fazer ajustes", disse o presidente. Questionado sobre a situação de Alexandre Silveira, ministros de Minas e Energia, Lula afirmou que ele permanecerá no cargo porque tem avaliação positiva do trabalho na pasta. Lula não afirmou se convidou Pacheco para ser ministros, mas voltou a defender a candidatura do aliado ao governo mineiro. Ele frisou que esse passo depende da vontade do senador. Em primeira reunião ministerial do ano, Lula diz que espera manter boas relações com EUA Reforma segue em debate Aliados de Lula discutem desde o final de 2024 mudanças no primeiro escalão do governo, composto por 38 ministérios. Até o momento, Lula trocou somente a chefia da Secretaria de Comunicação (Secom) – o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) foi substituído pelo publicitário Sidônio Palmeira, marqueteiro da campanha do presidente em 2022. Lula aguardou a definição dos novos presidentes da Câmara e do Senado – Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP) – para avançar nas conversas com os partidos da base. O petista deseja melhorar a articulação no Congresso e atrair as legendas para a chapa governista na eleição de 2026. Marina Silva Ao final da entrevista, Lula afirmou que há uma "confusão" na imprensa a respeito da liberação pelo Ibama para a Petrobras explorar petróleo na chamada Margem Equatorial, na foz do Amazonas. "A Marina não é a responsável. Nós precisamos fazer as coisas com muita clareza, muito estudo, porque temos que tomar conta do nosso país", afirmou Lula, que não foi questionado sobre o tema. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), defendeu a exploração do petróleo na região em reunião com Lula nesta semana. O Ibama informou que o pedido de licença ainda está em análise pela equipe técnica do órgão e que não há prazo para uma resposta. Lula afirmou que o país quer o petróleo, que será usado para financiar a transição energética, mas que é preciso encontra uma "solução" para garantir que a exploração "não vai detonar nenhuma árvore, nada do rio Amazonas, nada do Oceano Atlântico". Margem Equatorial: Ibama ainda precisa dar aval para a perfuração A exploração de petróleo ao norte, na costa brasileira, figura entre os principais planos da Petrobras. No planejamento estratégico, a companhia prevê investimento de US$ 3,1 bilhões para a perfuração de 16 poços na Margem Equatorial – área que se estende pela costa do Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte - no período de 2024 a 2028. Um dos focos é na região da Foz do Amazonas, onde a estatal possui projeto para perfuração de poço a cerca de 170 km da costa do Amapá e a 2.880 metros de profundidade. Ambientalistas são contrários à exploração de petróleo na região, alegando que pode trazer prejuízos à fauna e à flora locais, além de gerar riscos à população.

Fev 5, 2025 - 13:02
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Lula diz que não tem 'pressa' nem 'data' para anunciar reforma ministerial
Até o momento, Lula trocou apenas o comando da comunicação do governo. Nomes de Gleisi Hoffmann e Rodrigo Pacheco são citados como possíveis ministros no novo rodízio. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (4) que não tem "pressa" e não definiu "data" para anunciar eventuais mudanças na equipe de ministros. Lula deu a declaração em entrevista para rádios de Minas Gerais ao ser questionado sobre a possibilidade do ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, assumir uma pasta no governo para viabilizar um possível candidatura ao governo mineiro em 2026. Lula afirmou que conversará com o PSD, partido de Pacheco, e com outras legendas. O PSD, atualmente, comanda os ministérios da Agricultura, Minas e Energia e Pesca. "Não tenho pressa de fazer nenhuma reforma. [...] Não tenho pressa, não tenho data, e, sim, e vou fazer ajustes quando eu achar necessário fazer ajustes", disse o presidente. Questionado sobre a situação de Alexandre Silveira, ministros de Minas e Energia, Lula afirmou que ele permanecerá no cargo porque tem avaliação positiva do trabalho na pasta. Lula não afirmou se convidou Pacheco para ser ministros, mas voltou a defender a candidatura do aliado ao governo mineiro. Ele frisou que esse passo depende da vontade do senador. Em primeira reunião ministerial do ano, Lula diz que espera manter boas relações com EUA Reforma segue em debate Aliados de Lula discutem desde o final de 2024 mudanças no primeiro escalão do governo, composto por 38 ministérios. Até o momento, Lula trocou somente a chefia da Secretaria de Comunicação (Secom) – o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) foi substituído pelo publicitário Sidônio Palmeira, marqueteiro da campanha do presidente em 2022. Lula aguardou a definição dos novos presidentes da Câmara e do Senado – Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP) – para avançar nas conversas com os partidos da base. O petista deseja melhorar a articulação no Congresso e atrair as legendas para a chapa governista na eleição de 2026. Marina Silva Ao final da entrevista, Lula afirmou que há uma "confusão" na imprensa a respeito da liberação pelo Ibama para a Petrobras explorar petróleo na chamada Margem Equatorial, na foz do Amazonas. "A Marina não é a responsável. Nós precisamos fazer as coisas com muita clareza, muito estudo, porque temos que tomar conta do nosso país", afirmou Lula, que não foi questionado sobre o tema. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), defendeu a exploração do petróleo na região em reunião com Lula nesta semana. O Ibama informou que o pedido de licença ainda está em análise pela equipe técnica do órgão e que não há prazo para uma resposta. Lula afirmou que o país quer o petróleo, que será usado para financiar a transição energética, mas que é preciso encontra uma "solução" para garantir que a exploração "não vai detonar nenhuma árvore, nada do rio Amazonas, nada do Oceano Atlântico". Margem Equatorial: Ibama ainda precisa dar aval para a perfuração A exploração de petróleo ao norte, na costa brasileira, figura entre os principais planos da Petrobras. No planejamento estratégico, a companhia prevê investimento de US$ 3,1 bilhões para a perfuração de 16 poços na Margem Equatorial – área que se estende pela costa do Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte - no período de 2024 a 2028. Um dos focos é na região da Foz do Amazonas, onde a estatal possui projeto para perfuração de poço a cerca de 170 km da costa do Amapá e a 2.880 metros de profundidade. Ambientalistas são contrários à exploração de petróleo na região, alegando que pode trazer prejuízos à fauna e à flora locais, além de gerar riscos à população.