Trump começa a taxar importações da China: como isso pode ser bom para agro brasileiro
Disputa EUA x China pode levar o Brasil a aumentar vendas para o país asiático, como foi no primeiro mandato do republicano. Soja pode ser o principal produto brasileiro beneficiado por uma guerra comercial entre EUA e China Divulgação. Os Estados Unidos vão impor, a partir deste sábado (1º), tarifas de 10% sobre importações da China. A cobrança é uma promessa de campanha do republicano Donald Trump, que já tinha travado uma guerra comercial com a China em seu primeiro mandato, entre 2017 e 2021. E o Brasil poderá se beneficiar dessa disputa, disseram analistas de mercado e associações entrevistados pelo g1 ainda na época em que Trump foi eleito para seu segundo mandato, em novembro passado. Na campanha, no entanto, Trump tinha prometido impor uma taxa de 60% ou mais às importações de produtos chineses e de 10% a 20% na entrada de mercadorias de outros países. Mas a Casa Branca anunciou alíquotas menores que o previsto para a China e tarifa de 25% sobre produtos importados do Canadá e do México, que também começa a valer neste sábado. Brasil pode aumentar venda de soja para a China Diante do "tarifaço" do governo Trump, exportações principalmente de soja do Brasil para a China podem aumentar. Isso já aconteceu no primeiro mandato do republicano, quando os dois países protagonizaram uma intensa guerra comercial entre 2018 e 2019. Em resposta a barreiras tarifárias impostas por Trump, a China taxou, em 2019, uma série de produtos norte-americanos, incluindo a soja, com uma alíquota de 25%, destacou um relatório da consultoria StoneX após a eleição de novembro. A China também ampliou suas compras de soja brasileira na época, para compensar a redução da importação do grão americano. Brasil e EUA são, respectivamente, os maiores exportadores mundiais da leguminosa. Além disso, os brasileiros são os maiores fornecedores do grão para o mercado chinês. A soja, assim como o milho, é muito importante para a China conseguir alimentar seus rebanhos, principalmente o de suínos, que é o maior do mundo. Diante de temores de uma possível tensão comercial, exportadores dos EUA correram para enviar soja para a China neste fim de ano, disse à Reuters a analista Rosa Wang, da JCI, empresa de agroconsultoria sediada em Xangai. Essa disputa fez com que, em outubro, as importações chinesas de soja aumentassem 56%, em relação a igual mês do ano passado, para 8 milhões de toneladas, segundo cálculos da agência Reuters. A analista reforçou que, desde 2018, a China tem feito esforços para direcionar a sua fonte de suprimento de soja para o Brasil. Segundo ela, isso colocou o país asiático em uma melhor posição para conseguir impor tarifas de comércio sobre os produtos agrícolas dos EUA.
Disputa EUA x China pode levar o Brasil a aumentar vendas para o país asiático, como foi no primeiro mandato do republicano. Soja pode ser o principal produto brasileiro beneficiado por uma guerra comercial entre EUA e China Divulgação. Os Estados Unidos vão impor, a partir deste sábado (1º), tarifas de 10% sobre importações da China. A cobrança é uma promessa de campanha do republicano Donald Trump, que já tinha travado uma guerra comercial com a China em seu primeiro mandato, entre 2017 e 2021. E o Brasil poderá se beneficiar dessa disputa, disseram analistas de mercado e associações entrevistados pelo g1 ainda na época em que Trump foi eleito para seu segundo mandato, em novembro passado. Na campanha, no entanto, Trump tinha prometido impor uma taxa de 60% ou mais às importações de produtos chineses e de 10% a 20% na entrada de mercadorias de outros países. Mas a Casa Branca anunciou alíquotas menores que o previsto para a China e tarifa de 25% sobre produtos importados do Canadá e do México, que também começa a valer neste sábado. Brasil pode aumentar venda de soja para a China Diante do "tarifaço" do governo Trump, exportações principalmente de soja do Brasil para a China podem aumentar. Isso já aconteceu no primeiro mandato do republicano, quando os dois países protagonizaram uma intensa guerra comercial entre 2018 e 2019. Em resposta a barreiras tarifárias impostas por Trump, a China taxou, em 2019, uma série de produtos norte-americanos, incluindo a soja, com uma alíquota de 25%, destacou um relatório da consultoria StoneX após a eleição de novembro. A China também ampliou suas compras de soja brasileira na época, para compensar a redução da importação do grão americano. Brasil e EUA são, respectivamente, os maiores exportadores mundiais da leguminosa. Além disso, os brasileiros são os maiores fornecedores do grão para o mercado chinês. A soja, assim como o milho, é muito importante para a China conseguir alimentar seus rebanhos, principalmente o de suínos, que é o maior do mundo. Diante de temores de uma possível tensão comercial, exportadores dos EUA correram para enviar soja para a China neste fim de ano, disse à Reuters a analista Rosa Wang, da JCI, empresa de agroconsultoria sediada em Xangai. Essa disputa fez com que, em outubro, as importações chinesas de soja aumentassem 56%, em relação a igual mês do ano passado, para 8 milhões de toneladas, segundo cálculos da agência Reuters. A analista reforçou que, desde 2018, a China tem feito esforços para direcionar a sua fonte de suprimento de soja para o Brasil. Segundo ela, isso colocou o país asiático em uma melhor posição para conseguir impor tarifas de comércio sobre os produtos agrícolas dos EUA.