Antes da discussão pública, conheça os planos para a extensão do metro em Almada

Traçado proposto conta com dez estações, permitindo a ligação entre a Nova FCT, na Caparica, e a Estação Fluvial da Trafaria em 19 minutos. Está também planeada ligação ao Transpraia e parque de estacionamento.

Fev 6, 2025 - 14:00
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Antes da discussão pública, conheça os planos para a extensão do metro em Almada
Antes da discussão pública, conheça os planos para a extensão do metro em Almada

Primeiro, a linha era de 6,6 quilómetros. Agora, os planos para a expansão do metropolitano até à Trafaria e à Costa de Caparica apontam para uma extensão de 7,16 quilómetros. Contam-se também mais estações, prevendo-se que o trajecto entre o Campus da NOVA FCT até à Estação Fluvial da Trafaria se cumpra em 19 minutos, comunicou a empresa Metropolitano de Lisboa a 29 de JaneiroHaverá, ainda, duas novas interfaces de transportes: uma no centro da Costa de Caparica e outra junto à Estação Fluvial da Trafaria. 

Em detalhe, na Avenida Afonso de Albuquerque, na Costa de Caparica, o traçado poderá vir a contar com três estações, em vez das duas iniciais, "com vista a aumentar a acessibilidade a equipamentos colectivos e a dar maior abrangência deste modo de transporte junto da população residente na área de influência", pode ler-se na revista municipal da Câmara Municipal de Almadadivulgada esta quarta-feira, 5 de Fevereiro. 

Trafaria
Vitor Oliveira (via Wikipedia)Trafaria

Já "em Pêra, previu-se uma estação na zona da Várzea de Pêra, cujo principal objectivo será servir as populações de Pêra e do Funchalinho". Face aos desníveis do terreno, é proposta uma "passagem superior pedonal sobre o IC20, com uma extensão de cerca de 200 metros", pode ler-se. 

O regresso do Transpraia e o futuro apontado a Algés

Sobre as novas interfaces, a revista municipal detalha que o actual terminal de autocarros da Torre das Argolas deverá ser transferido para o centro da Costa de Caparica, com ligação à Carris Metropolitana. Está também planeada a ligação ao saudoso Transpraia (o comboio das praias da Costa que deixou de circular em 2020 e que poderá voltar a andar ainda este ano, à boleia do investimento do francês Gregory Bernard), a uma praça de táxis, bem como a um novo parque de estacionamento dissuasor, avança a autarquia. Já junto à Estação Fluvial da Trafaria propõe-se "a ligação ao serviço de transporte fluvial e a criação de um terminal de autocarros, integrado na estação do Metro Sul do Tejo". 

Transpraia
DR (via Transpraia.pt)Transpraia

A nova interface, informa a revista, "vem perspectivar a possibilidade de reequacionar a ligação da Trafaria à margem Norte, com hipótese de uma nova estação fluvial em Algés, aumentando a frequência deste modo de transporte, que pode passar a dispor de ligações fáceis a duas interfaces de transportes em ambas as margens do Tejo".

O projecto prevê, ainda, "a requalificação de espaços públicos ao longo do canal, bem como a criação de um percurso dedicado à mobilidade activa (pedonal e ciclável), articulado com as ligações previstas ao nível da Rede Ciclável Concelhia", informa a Metropolitano de Lisboa. A autarquia chama à possibilidade "um corredor ecológico de ligação entre o Parque da Paz e as Terras da Costa".

Dez estações, várias opiniões

O traçado que está agora em cima da mesa conta, assim, com um total de dez estações: Pêra, Várzea de Pêra (com ligação ao Funchalinho), Centro da Costa da Caparica, Parque Urbano da Costa da Caparica, Santo António, São João, São Pedro, Madame Faber/Matas Nacionais, Bombeiros Voluntários da Trafaria e Estação Fluvial da Trafaria. 

Se isto é suficiente ou não do ponto de vista dos cidadãos, ou se importa ainda afinar aspectos quanto à mobilidade e acessibilidade, por exemplo, são questões que ficarão para a discussão pública dos dias 20 e 21 de Fevereiro, que vão acontecer no Casino da Trafaria e no espaço do Inatel da Costa de Caparica (ambas as sessões acontecem às 18.30). "Apesar de não estar legalmente previsto", ressalva a autarquia, a auscultação pública poderá "antecipar problemas ou reequacionar opções, com vista a robustecer as fases seguintes de projecto". No seguimento das sessões, caberá à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, enquanto "entidade académica, não envolvida no projecto", organizar, mediar e produzir um "relatório de ponderação dos resultados desta primeira fase de auscultação pública".

A anteceder os momentos de discussão, para dia 10 (às 18.00) está agendado, na Nova FCT, uma apresentação do projecto, com vista a "detalhar o traçado proposto e suas especificidades técnicas". A fechar o ciclo está uma conferência de apresentação de resultados e o planeamento das fases seguintes do projecto, no dia 6 de Março, às 18.30, novamente na Nova FCT.

Para a CMA, a expansão do metro é "um passo fundamental para a coesão territorial do concelho", que dá uma "resposta há muito ansiada" pela população: a chegada deste modo de transporte à Costa de Caparica.