Ausência de novas medidas fiscais em agenda entregue a Hugo Motta por Haddad frustra mercado

Governo terá dificuldades para aprovar compensação de isenção de IR para salário até R$ 5 mil Haddad e Hugo Motta dão entrevista coletiva à imprensa Marina Ramos/Câmara dos Deputados Depois de doze quedas em sequência, o dólar voltou a subir nesta quarta-feira (5), fechando o dia cotado a R$ 5,7940, uma alta de 0,40%, depois de ter atingido R$ 5,8178. A inversão do movimento, depois de várias quedas, mostra como o cenário é de grande instabilidade e que o governo precisa fazer sua parte para garantir um recuo sustentável da moeda americana. Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reúne com novo presidente da Câmara, Hugo Motta Nesta quarta-feira (5), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, saiu otimista do encontro com o novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, quando entregou a agenda econômica de 2025. Na lista de 25 pontos, porém, não há novas medidas fiscais, o que frustrou o mercado e até aliados de Motta, que defendem a partir de agora corte de despesas. Além disso, não está claro se o governo vai conseguir aprovar a compensação da isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil da forma como pretende propor. A isenção será aprovada com facilidade, mas a tributação de quem ganha mais de R$ 50 mil enfrentará dificuldades e de lucros e dividendos enfrenta resistências na ala conservadora do Congresso. O Centrão de Hugo Mota cobra medidas de cortes de gastos, e não aumento de receita. Mesmo que seja por meio de tributação para quem tem salários elevados ou receba distribuição de lucros e dividendos. O governo sabe que terá de negociar muito e evitar exploração política negativa. A isenção do Imposto de Renda é muito popular e foi uma promessa de campanha de Lula. Mas tributar a classe média alta pode representar desgaste num segmento do eleitorado. A linha de defesa do governo será de combater a desigualdade, isentando quem ganha menos e tributando quem recebe altos salários.

Fev 6, 2025 - 13:51
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Ausência de novas medidas fiscais em agenda entregue a Hugo Motta por Haddad frustra mercado

Governo terá dificuldades para aprovar compensação de isenção de IR para salário até R$ 5 mil Haddad e Hugo Motta dão entrevista coletiva à imprensa Marina Ramos/Câmara dos Deputados Depois de doze quedas em sequência, o dólar voltou a subir nesta quarta-feira (5), fechando o dia cotado a R$ 5,7940, uma alta de 0,40%, depois de ter atingido R$ 5,8178. A inversão do movimento, depois de várias quedas, mostra como o cenário é de grande instabilidade e que o governo precisa fazer sua parte para garantir um recuo sustentável da moeda americana. Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reúne com novo presidente da Câmara, Hugo Motta Nesta quarta-feira (5), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, saiu otimista do encontro com o novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, quando entregou a agenda econômica de 2025. Na lista de 25 pontos, porém, não há novas medidas fiscais, o que frustrou o mercado e até aliados de Motta, que defendem a partir de agora corte de despesas. Além disso, não está claro se o governo vai conseguir aprovar a compensação da isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil da forma como pretende propor. A isenção será aprovada com facilidade, mas a tributação de quem ganha mais de R$ 50 mil enfrentará dificuldades e de lucros e dividendos enfrenta resistências na ala conservadora do Congresso. O Centrão de Hugo Mota cobra medidas de cortes de gastos, e não aumento de receita. Mesmo que seja por meio de tributação para quem tem salários elevados ou receba distribuição de lucros e dividendos. O governo sabe que terá de negociar muito e evitar exploração política negativa. A isenção do Imposto de Renda é muito popular e foi uma promessa de campanha de Lula. Mas tributar a classe média alta pode representar desgaste num segmento do eleitorado. A linha de defesa do governo será de combater a desigualdade, isentando quem ganha menos e tributando quem recebe altos salários.