Líder supremo do Irã orienta governo a recusar qualquer negociação com EUA e garante retaliação em caso de ataque

"Não se deve negociar com um governo desses. É imprudente, não é inteligente, não é honroso negociar", afirmou o aiatolá Ali Khamenei nesta sexta-feira (7). Líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei Gabinete do Líder Supremo Iraniano/WANA (West Asia News Agency)/Divulgação via REUTERS O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, pediu que seu governo recuse qualquer negociação com Estados Unidos, alegando que seria "imprudente", em reunião com comandantes do Exército, nesta sexta-feira (7). "Não se deve negociar com um governo desses. É imprudente, não é inteligente, não é honroso negociar", disse Khamenei, lembrando que os Estados Unidos "arruinaram, violaram e destruíram" o acordo nuclear de 2015. A ordem foi dada dias após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pedir um "acordo de paz nuclear verificado" com o Irã, acrescentando que o país "não pode ter armas nucleares". Durante seu mandato anterior, em 2018, Trump retirou os EUA do pacto nuclear de Teerã de 2015 com potências mundiais e restabeleceu sanções que prejudicaram a economia iraniana. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp O Irã insiste que seu programa nuclear é apenas para fins pacíficos e nega qualquer intenção de desenvolver armas atômicas. "Precisamos entender isso corretamente: eles não devem achar que, se negociarmos com esse governo (do presidente Trump), os problemas serão resolvidos. Nenhum problema será resolvido negociando com os Estados Unidos. O motivo? Experiência!", afirmou. O que Trump anunciou que irá fazer em novo governo Khamenei ainda disse que o Irã retaliaria na mesma moeda se os americanos atacassem: "Se eles ameaçarem nossa segurança, nós ameaçaremos a deles. Se eles agirem de acordo com suas ameaças, faremos o mesmo." Referindo-se à proposta de Trump de transferir à força os habitantes palestinos de Gaza para os países árabes vizinhos, o aiatolá disse: "No papel, os americanos estão mudando o mapa do mundo. Claro que é só no papel, porque é desprovido de realidade." Trump falou em acordo de paz nuclear Post de Donald Trump sobre o Irã Truth Social / Reprodução Após assinar um memorando e fazer ameaças ao Irã nesta terça-feira (4), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recuou um pouco e fez um post na rede social Truth Social chamando as preocupações em relação a um possível confronto entre os dois países de exageradas, nesta quarta-feira (5). "Quero que o Irã seja um país grande e bem-sucedido, mas que não possa ter uma arma nuclear. Relatos de que os Estados Unidos, trabalhando em conjunto com Israel, vão explodir o Irã em pedacinhos, SÃO MUITO EXAGERADOS. Eu preferiria muito mais um Acordo de Paz Nuclear Verificado, que deixaria o Irã crescer e prosperar pacificamente. Devemos começar a trabalhar nele imediatamente e ter uma grande Celebração do Oriente Médio quando for assinado e concluído. Deus abençoe o Oriente Médio!", postou. Na semana passada, antes mesmo do anúncio de Trump, um ministro do Irã falou sobre a possibilidade de um novo ataque dos Estados Unidos ao país e afirmou que ele seria um erro que levaria a uma "guerra total". Em outubro, depois de uma troca de ofensivas com mísseis entre o Irã e Israel, o governo Joe Biden ampliou sanções contra os setores de petroleiro e petroquímico iranianos. Sanções como essa são aplicadas pelos EUA à economia iraniana desde o século XX, sob a justificativa de limitar ameaças que as capacidades do adversário do Oriente Médio representariam ao país. Também na terça, Trump causou polêmica ao anunciar que quer tirar 'todos' os moradores da Faixa de Gaza permanentemente. Líderes árabes e outras autoridades internacionais já rejeitaram essa ideia. Ameaças ao Irã nesta terça O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um memorando para restabelecer uma política de "pressão máxima" contra o Irã nesta terça-feira (4). O objetivo é evitar que o país consiga desenvolver sozinho uma arma nuclear. O presidente afirmou que teve dúvidas sobre o memorando, mas que resolveu assiná-lo mesmo assim. Por outro lado, Trump disse que deseja fechar um acordo com o Irã e confirmou que pretende conversar com o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian. "É muito duro para o Irã", afirmou. "Espero que não tenhamos que usá-lo muito." Donald Trump assina ordens no Salão Oval da Casa Branca, em 4 de fevereiro de 2025 REUTERS/Elizabeth Frantz O memorando, na prática, ordena que o secretário do Tesouro dos EUA imponha "pressão econômica máxima" sobre o Irã, incluindo sanções contra o país e aliados. Trump declarou que o Irã está muito próximo de conseguir desenvolver uma arma nuclear. O presidente disse que pode bloquear a venda de petróleo iraniano para outras nações como forma de pressão. Ao assinar a ordem, Trump afirmou ter instruído as autoridades dos Estados Unidos a destruir o Irã caso o país execute um plano para assassiná-lo. Uma tentativa de retaliação também poderá gerar uma resposta norte-americana. Em novem

Fev 7, 2025 - 13:39
 0
Líder supremo do Irã orienta governo a recusar qualquer negociação com EUA e garante retaliação em caso de ataque

"Não se deve negociar com um governo desses. É imprudente, não é inteligente, não é honroso negociar", afirmou o aiatolá Ali Khamenei nesta sexta-feira (7). Líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei Gabinete do Líder Supremo Iraniano/WANA (West Asia News Agency)/Divulgação via REUTERS O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, pediu que seu governo recuse qualquer negociação com Estados Unidos, alegando que seria "imprudente", em reunião com comandantes do Exército, nesta sexta-feira (7). "Não se deve negociar com um governo desses. É imprudente, não é inteligente, não é honroso negociar", disse Khamenei, lembrando que os Estados Unidos "arruinaram, violaram e destruíram" o acordo nuclear de 2015. A ordem foi dada dias após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pedir um "acordo de paz nuclear verificado" com o Irã, acrescentando que o país "não pode ter armas nucleares". Durante seu mandato anterior, em 2018, Trump retirou os EUA do pacto nuclear de Teerã de 2015 com potências mundiais e restabeleceu sanções que prejudicaram a economia iraniana. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp O Irã insiste que seu programa nuclear é apenas para fins pacíficos e nega qualquer intenção de desenvolver armas atômicas. "Precisamos entender isso corretamente: eles não devem achar que, se negociarmos com esse governo (do presidente Trump), os problemas serão resolvidos. Nenhum problema será resolvido negociando com os Estados Unidos. O motivo? Experiência!", afirmou. O que Trump anunciou que irá fazer em novo governo Khamenei ainda disse que o Irã retaliaria na mesma moeda se os americanos atacassem: "Se eles ameaçarem nossa segurança, nós ameaçaremos a deles. Se eles agirem de acordo com suas ameaças, faremos o mesmo." Referindo-se à proposta de Trump de transferir à força os habitantes palestinos de Gaza para os países árabes vizinhos, o aiatolá disse: "No papel, os americanos estão mudando o mapa do mundo. Claro que é só no papel, porque é desprovido de realidade." Trump falou em acordo de paz nuclear Post de Donald Trump sobre o Irã Truth Social / Reprodução Após assinar um memorando e fazer ameaças ao Irã nesta terça-feira (4), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recuou um pouco e fez um post na rede social Truth Social chamando as preocupações em relação a um possível confronto entre os dois países de exageradas, nesta quarta-feira (5). "Quero que o Irã seja um país grande e bem-sucedido, mas que não possa ter uma arma nuclear. Relatos de que os Estados Unidos, trabalhando em conjunto com Israel, vão explodir o Irã em pedacinhos, SÃO MUITO EXAGERADOS. Eu preferiria muito mais um Acordo de Paz Nuclear Verificado, que deixaria o Irã crescer e prosperar pacificamente. Devemos começar a trabalhar nele imediatamente e ter uma grande Celebração do Oriente Médio quando for assinado e concluído. Deus abençoe o Oriente Médio!", postou. Na semana passada, antes mesmo do anúncio de Trump, um ministro do Irã falou sobre a possibilidade de um novo ataque dos Estados Unidos ao país e afirmou que ele seria um erro que levaria a uma "guerra total". Em outubro, depois de uma troca de ofensivas com mísseis entre o Irã e Israel, o governo Joe Biden ampliou sanções contra os setores de petroleiro e petroquímico iranianos. Sanções como essa são aplicadas pelos EUA à economia iraniana desde o século XX, sob a justificativa de limitar ameaças que as capacidades do adversário do Oriente Médio representariam ao país. Também na terça, Trump causou polêmica ao anunciar que quer tirar 'todos' os moradores da Faixa de Gaza permanentemente. Líderes árabes e outras autoridades internacionais já rejeitaram essa ideia. Ameaças ao Irã nesta terça O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um memorando para restabelecer uma política de "pressão máxima" contra o Irã nesta terça-feira (4). O objetivo é evitar que o país consiga desenvolver sozinho uma arma nuclear. O presidente afirmou que teve dúvidas sobre o memorando, mas que resolveu assiná-lo mesmo assim. Por outro lado, Trump disse que deseja fechar um acordo com o Irã e confirmou que pretende conversar com o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian. "É muito duro para o Irã", afirmou. "Espero que não tenhamos que usá-lo muito." Donald Trump assina ordens no Salão Oval da Casa Branca, em 4 de fevereiro de 2025 REUTERS/Elizabeth Frantz O memorando, na prática, ordena que o secretário do Tesouro dos EUA imponha "pressão econômica máxima" sobre o Irã, incluindo sanções contra o país e aliados. Trump declarou que o Irã está muito próximo de conseguir desenvolver uma arma nuclear. O presidente disse que pode bloquear a venda de petróleo iraniano para outras nações como forma de pressão. Ao assinar a ordem, Trump afirmou ter instruído as autoridades dos Estados Unidos a destruir o Irã caso o país execute um plano para assassiná-lo. Uma tentativa de retaliação também poderá gerar uma resposta norte-americana. Em novembro do ano passado, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos revelou que agentes iranianos montaram um suposto complô para assassinar Trump. Segundo os investigadores, um dos suspeitos teria sido encarregado por um funcionário do governo do Irã de planejar o assassinato antes das eleições presidenciais de 2024. A operação teria como objetivo vingar a morte do general iraniano Qassem Soleimani, assassinado em 2020 em um ataque dos EUA. À época, a operação foi ordenada por Trump, que estava em seu primeiro mandato como presidente. LEIA TAMBÉM Trump retira EUA do Conselho de Direitos Humanos da ONU e da UNRWA, e diz que palestinos não têm alternativa a não ser deixar Gaza Trump confirma que fechará a USAID, agência humanitária dos EUA que financia desenvolvimento internacional Temendo perseguições, agentes do FBI processam governo dos EUA para barrar lista de investigadores do 6 de janeiro VÍDEOS: mais assistidos do g1